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Aqui você saberá mais detalhes desse caso que abalou o Brasil em 1989










Blog criado para divulgar este caso que com o passar dos anos acabou sendo "esquecido". Maristela foi friamente assassinada pelo ex marido que também atirou contra os 2 filhos do casal e o cunhado em 04/04/1989. Depois de mais de 21 anos de espera na justiça, o caso foi à juri popular no dia 01/06/2010 em Jaboatão dos Guararapes, PE.O assassino foi condenado a 79 anos, ficou foragido por 2 anos e 5 meses, e graças a uma denúncia anônima foi capturado e preso em outubro de 2012.

Hoje leia na Folha de São Paulo 30/05

Hoje no caderno Cotidiano, confira matéria sobre o Caso Maristela Just feita com os filhos sobriventes:
ao lado, a chamada na capa do Caderno Cotidiano na Folha de São Paulo de hoje 30/05.

MINHA HISTÓRIA

NATHÁLIA JUST TEIXEIRA, 25

Quero meu pai preso (...)Isabella Nardoni também tinha cinco anos quando o pai a matou, segundo a Justiça(...)Eu sou uma Isabella que sobreviveu
Leo Caldas/Folhapress

Nathália Just Teixeira segura uma foto da mãe, que foi assassinada pelo pai quando ela tinha cinco anos de idade
(...) Depoimento a  FÁBIO GUIBU  DE RECIFE

Em 1989 eu tinha quase 5 anos e meus pais já estavam divorciados havia dois anos. Ele não se conformava com a separação e, numa noite, foi à casa dos meus avós, em Piedade [um bairro de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife], e fez o que fez. Ele matou minha mãe e atirou em mim, no meu irmão -que tinha dois anos- e no meu tio. Levei um tiro que atravessou o meu braço direito. Meu irmão levou um tiro transfixante na cabeça que afetou o lado esquerdo do corpo dele. Meu pai só não matou todos naquele dia porque Deus não deixou. Passei 48 horas com risco de morrer. Meu irmão ficou 20 dias no hospital. Passamos por várias cirurgias e muita fisioterapia para nos recuperar. Tivemos acompanhamento psicológico até a adolescência -eu, até os 12 anos, e o meu irmão até os 15.

VÊNUS NO CÉU

A família da minha mãe foi quem nos apoiou e nos criou. Cresci com meus avós, e meu irmão, com nossa tia Marcela. Vovó contava que minha mãe tinha virado uma estrelinha. Me mostrava Vênus no céu e dizia: "olha, a sua mãe está lá". Com o tempo, entendi que ela havia morrido e que nunca mais voltaria. O apoio familiar foi muito importante para eu suprir essa ausência. Eu tive o amor de mãe graças aos meus avós e meus tios, que viveram para nós. Com todo o sacrifício deles, estudamos sempre nas melhores escolas particulares. Nada nos faltou. Eles nos preservaram e, por isso, tive uma vida feliz, sem tumulto de imprensa, sem advogado, delegacia. Isso não fez parte da minha infância e adolescência nem do início da fase adulta.
Minhas lembranças dessa época são as viagens, os primos. Mas eu não contava para todo mundo o que tinha acontecido. Tinha vergonha. Às vezes, as pessoas diziam que eu só falava dos meus avós e tios e perguntavam: "cadê a tua mãe, cadê o teu pai?". Eu dizia que eles haviam morrido em um acidente de carro ou em um assalto. Dizia que a pessoa foi presa e encerrava o assunto. Um dia, discuti na escola, e uma coleguinha disse que meu pai era assassino. Eu saí da sala, chorei muito, e meu avô teve que me buscar.

ESCUDO CAÍDO

Em 2001, saiu nos jornais que o julgamento do meu pai seria naquele ano. Saiu a história toda, o meu nome e o do meu irmão. Então aquele escudo caiu. Escancarou-se ali uma realidade que a gente não gostava de mostrar. Tive de conviver muito tempo com essa vergonha que não era minha, mas que sentia por conta de o país, o Estado, não ter tomado as providências no caso. Se não houvesse a impunidade, por si só o assunto se encerraria -preso em flagrante, o pai de Nathália ficou um ano preso e depois foi solto.

SOBRENOME

Em fevereiro de 2007, me casei com o Luciano e fomos morar em São Paulo. Me chamava Nathália Just Ramos Lopes, e fiz questão de mudar o sobrenome, porque era uma lembrança a mais. Aprendi a ler tendo que escrever o nome dele [do pai]. Para mim, não ficou aquela lacuna do pai. Se ele perguntar as horas na rua, não sei quem é. Simplesmente ele nunca existiu nem vai existir. Ele morreu ali, no mesmo dia em que ela morreu. Em março, minha tia Márcia me ligou avisando que o julgamento seria este ano. Assim que a data foi confirmada, decidi botar a boca no trombone e voltei a Pernambuco no dia 4 de abril.

ISABELLA

Hoje, eu tenho 25 anos, a idade que a minha mãe tinha quando morreu, e posso falar. Com 5 anos, não. Por mais que eu falasse, o meu choro ninguém entenderia. A Isabella Nardoni também tinha cinco anos quando o pai dela a matou, segundo a Justiça. Mas Deus quis que eu vivesse. Eu sou uma Isabella Nardoni que sobreviveu para falar. Minha esperança é de que a Justiça prevaleça e que o réu pague pelo que fez. Esperamos 21 anos, e agora eu quero um ponto final. Eu quero que esse livro se feche, porque páginas e páginas já rolaram. Considero esse período uma pausa para o início do fim.

SAIBA MAIS

Acusado deve ir a julgamento na terça-feira DE RECIFE.
José Ramos Lopes Neto, acusado de matar sua ex-mulher, Maristela Ferreira Just, e ferir os dois filhos do casal e um ex-cunhado, deverá ser julgado na próxima terça-feira, 21 anos após o crime. O julgamento será por júri popular e acontecerá no Fórum de Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife). A expectativa é que a sentença seja conhecida em três dias. Maristela foi assassinada com três tiros na noite de 4 de abril de 1989, na casa de seus pais, em Jaboatão dos Guararapes. O ex-marido, de quem estava separada havia dois anos, foi ao local para tentar uma reconciliação. Ele teria se trancado com a família em um dos quartos e atirado -primeiro na mulher, e, em seguida, em seus próprios filhos. O irmão de Maristela, Ulisses Ferreira Just, teria sido alvejado ao tentar socorrer os familiares. Ulisses morreu em 1999, mas sua morte não teve relação com o crime. O acusado foi preso em flagrante e solto cerca de um ano depois, por meio de um habeas corpus. Ele continua aguardando o julgamento em liberdade. Em 21 anos, diversos artifícios legais foram usados pela defesa para postergar o julgamento. O réu trocou de advogado cinco vezes. Foram protocoladas 36 cartas precatórias para ouvir testemunhas. Também foram impetrados cinco recursos no Tribunal de Justiça do Estado, outros dois no Superior Tribunal de Justiça e mais um no Supremo Tribunal Federal. O julgamento estava marcado para 13 de maio passado, mas, na data prevista, o advogado do réu não compareceu ao fórum, o que levou ao adiamento da sessão. Para evitar a repetição do problema, a Justiça nomeou dois defensores públicos.

OUTRO LADO

Pai de réu evita falar sobre o assassinato DE RECIFE

O advogado Gil Teobaldo de Azevedo, 77, pai de José Ramos Lopes Neto, disse que não comentaria o caso. "Vamos aguardar para dizer alguma coisa. Por hora, é melhor ficar calado", disse. Em entrevistas dadas anteriormente, ele alegou que o filho matou por ter sido ofendido pela vítima ao tentar a reconciliação. Azevedo concordou com o crime.  "Se não matasse, não comia na minha mesa", disse à imprensa local.
Com relação aos tiros que acabaram atingindo os dois filhos do casal e também o ex-cunhado do acusado, o advogado afirmou que não foram intencionais.

2 comentários:

Urgel Queiroz disse...

Quero parabenizar a você, Natália e a seu irmão Zaldo pela vitória no caso, a qual foi fruto das suas persistência, coragem e fé. Retificando o que você tinha falado no seu blog, que seu pai tinha morrido naquele no dia do atentado, conjuntamente com sua mãe; saiba, minha amiga, que sua mãe não morreu no momento do atentado. Seu pai, sim, pode ter morrido, mas sua mãe continou viva a acompanhar e proteger vocês e ainda o está fazendo, com a energia benéfia do amor de mãe, para que vocês vivessem e pudessem chegar a esse dia gloreioso, o qual também conforta e dá alento a tantos outros que anseiam por justiça. Tudo de bom para vocês. Fiquem com Deus.

Unknown disse...

A FOTO DO JOSÉ RAMOS ATUAL JÁ ESTÁ AQUI NO BLOG, VAMOS AJUDAR A JUSTIÇA A SER FEITA REALMENTE! DIVULGUEM PELA NET TODA, POR ONDE PUDEREM , AQUI NO BRASIL E NO EXTERIOR. PENSEM QUE A FAMÍLIA NUNCA FEZ JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS, ESPERARAM A JUSTIÇA DE DEUS! "FAÇA SUA PARTE QUE EU AJUDAREI" LEMBRAM? ESTÁ NA HORA AGORA DOS BRASILEIROS DIVULGAREM PARA ESSE ASSASSINO CRUEL SER POSTO ATRÁS DAS GRADES!!! NÃO DEIXEMOS QUE O BRASIL FIQUE DESACREDITADO, QUEA JUSTIÇA TB, AJUDEM!!! QUE DEUS OS ABENÇOEM SEMPRE!

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